O que significa “Jesus” em hebraico?
por Enviado por email - dom abr 20, 12:09 am
Jesus, em grego – Ἰησοῦς (pronunciado Ie-esus), é uma versão judaico-grega do nome hebreu Josué. Ele vem para o Novo Testamento diretamente da tradução da Bíblia Hebraica para o grego feita pelos sábios judeus de Alexandria, Egito. Enquanto os escritores do Novo Testamento liam textos sagrados também em hebraico e aramaico, eles usavam esta versão grega para a maioria de suas citações e referências.
É esta versão judaico-grega da Bíblia Hebraica que traduziu o nome “Josué”, ᾽Ιησοῦς (Iesus) e sua posterior versão mais curta, “Yeshua”. Em hebraico, “Josué” (יְהוֹשֻׁעַ pronunciado Yĕhôshúa‘) significa “YHWH/Adonai é salvação.”
Como a Septuaginta (285-247 A.C.) usou “Ἰησοῦς” para “Josué”, pode-se afirmar que o nome em português “Jesus” está profundamente enraizado nas práticas tradicionais de tradução dos antigos judeus falantes de grego e, portanto, é totalmente apropriado para uso por seguidores de Cristo hoje em dia.
Dr. Eli Lizorkin-Eyzenberg
As heresias de Joseph Prince
por Enviado por email - qua jul 10, 10:24 am
“E logo, de noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; tendo eles ali chegado, foram à sinagoga dos judeus. Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim” (At 17.10,11).
Nossa proposta neste artigo é fazer como os irmãos bereanos, os quais examinavam os ensinos de Paulo e Silas antes de acatarem-no como ortodoxo. Isto posto, faremos um exame dos ensinos do pregador cingapuriano Joseph Prince contidos no livro “Destined to Reign” (Destinados a Reinar).
A origem de seus ensinos
Joseph Prince, nascido em 15 de Maio de 1963 em Cingapura, é pastor sênior e um dos fundadores da mega igreja New Creation. Filho de um sacerdote indiano Sikhi e de uma mulher chinesa, tornou-se um preletor conhecido internacionalmente em função do Best-seller “Destinados a Reinar”. Ele possui, ainda, um programa de TV, homônimo do livro citado, que é transmitido em mais de 150 países. Seus principais ensinos se baseiam num entendimento adquirido em revelações sobre a graça de Deus, conforme ele mesmo conta:
“Tudo começou em 1997, quando eu (…) ouvi distintamente a voz do Senhor dentro de mim. Não era uma impressão do Espírito. Era uma voz, e eu ouvi claramente Deus me dizer: ‘Filho, você não está pregando a graça.’ Eu disse: ‘Como assim, Senhor? Isso é um golpe baixo. Isso é um verdadeiro golpe baixo!’ E acrescentei: ‘Eu sou um pregador da graça. Tenho sido um pregador da graça durante anos e, assim como muitos pregadores, prego que somos salvos pela graça!’ Deus disse: ‘Não. Toda vez que você prega a graça, você a apresenta misturada com a lei. Você se esforça para contrabalançar a graça com a lei como muitos pregadores, e no momento em que equilibra a graça, você a neutraliza. Não se pode colocar vinho novo em odres velhos. Você não pode colocar a graça e a lei juntas’. Ele prosseguiu: ‘Filho, muitos pregadores não estão pregando a graça do modo como o apóstolo Paulo o fazia’.”ii
Nestes novos entendimentos, Prince acaba mexendo em algumas doutrinas essenciais do cristianismo, fazendo confusão sobre a Graça, Justificação, Santificação e alguns atributos divinos como a justiça e a soberania. Vejamos a seguir alguns desses pontos controvertidos.
A Graça de Deus
Prince entende que a Graça de Deus nos perdoa de todos os pecados do passado, do presente e do futuro e que desta forma não somos mais responsabilizados por elesiii. Assim sendo, sob a Nova Aliança “não precisamos ficar pedindo ao Senhor (…) perdão porque Ele já nos perdoou.”iv
O grande risco desse ensino é gerar nas pessoas uma falsa segurança, como se a santificação fosse algo desnecessário, uma vez que “todos” pecados já estão perdoados e que não temos responsabilidade sobre eles. Isso leva a uma doutrina antinomiana, que despreza inconscientemente a santificação, sob uma falsa ideia triunfalista do perdão dos pecados.
Sobre pedir perdão, a Bíblia fala por si só:
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Jesus nos ensinou a orar assim: (Mt 6.9-15);
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Simão, o que quis comprar o dom de Deus é instruído a pedir perdão a Deus (At 8.17-24);
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As conversões em Éfeso foram marcadas por queima de livros de magia e confissão de pecados (At 19.17-19);
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Quando confessamos nossos pecados uns aos outros e oramos uns pelos outros somos perdoados (Tg 5.14-16);
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Se confessarmos nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (1 Jo 1.9);
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O que não confessa o pecado a Deus não prospera, mas o que confessa e deixa alcança misericórdia (Pv 28.13);
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Enquanto Davi não confessou seus pecados, seus ossos (sua vida espiritual) se consumiam, a mão de Deus pesava sobre ele e seu humor ficava seco e ríspido (Sl 32.3-5);
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As parábolas das 100 ovelhas, da dracma perdida e do filho pródigo mostram a necessidade de arrependimento diante do Senhor que estará sempre de braços abertos para nos receber (Lc 15);
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Arrependimento produz frutos visíveis, dentre os quais está o abandono dos pecados (At 26.19,20);
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Quando pecamos, Deus nos contrista por tal prática através do Espírito Santo, levando-nos ao arrependimento (Rm 2.3,4);
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A tristeza de Deus produz arrependimento para a salvação (2 Co 7.8-10);
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Paulo temia que ao voltar em Corinto encontrasse pessoas que não haviam se arrependido do pecado, isto é, que não haviam abandonado práticas impuras, lascivas e de prostituição (2 Co 12.20,21);
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Devemos corrigir com mansidão e ter esperança que Deus conceda arrependimento às pessoas para que cheguem ao pleno conhecimento da verdade, isto é, da Palavra (2 Tm 2.24-26);
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As igrejas da Ásia são aconselhadas a arrependerem-se (Ap 2.5,16,20-22; 3.3,19);
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Não devemos pecar, mas se isso acontecer acidentalmente, temos um Advogado junto ao Pai (2 Jo 2.1).
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A confissão de pecados era uma prática comum entre grandes homens piedosos do A.T. (Ne 1.1-11; Dn 9.2-6; Jó 1.5; Sl 38.17,18).
A Igreja é exortada a vencer o pecado
A necessidade de vencer o pecado é uma doutrina completamente bíblica e faz parte das exortações às igrejas em todas as epístolas. Uma mensagem que cobre do cristão essa postura de santificação é encarada por Prince como legalismo:
“Eles pregam que o pecado não tem domínio sobre você quando você está cumprindo a lei! Isso, meu amigo, é como adicionar lenha ao fogo, porque a força do pecado é a lei. O pecado é fortalecido quando mais lei é pregada! Mas o poder de ter domínio sobre o pecado é transmitido quando mais graça é pregada!”v
Na versão em inglês, o início da citação toma uma conotação um pouco diferente: “Então, quando eles [os pregadores] veem pecado, pregam mais da lei. Isso, meu amigo…” (p. 26). Essa diferença na tradução muda completamente o sentido expresso originalmente pelo autor, uma vez que não ouvimos ninguém pregando que o cumprimento da Lei nos afasta do pecado.
O problema de Prince nessa afirmação é duplo: 1) enxergar como legalista uma mensagem de confronto contra o pecado e 2) confundir exortação à santificação com apologia à Lei. Não sei o que faremos com textos da Bíblia que nos exortam a vencer o pecado, já que se nos basearmos neles, seremos pregadores legalistas. Sem contar textos vetrotestamentários, os Evangelhos e o livro de Atos, vejamos como nós, cristãos, somos exortados a vencer o pecado e vivermos em santidade ao Senhor:
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Os romanos são exortados a se tornarem servos da justiça para a santificação (Rm 6.19);
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Os coríntios são advertidos a não praticarem obras como devassidão, idolatria, adultério, homossexualismo, furtos, avareza, bebedice e maledicência, pois foram lavados, santificados e justificados em Cristo (1 Co 6.9-11). Assim sendo, eles deveriam se aperfeiçoar no processo de santificação (2 Co 7.1);
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Os gálatas foram prevenidos sobre uma série de obras carnais que não deveriam praticar (Gl 5.19-21);
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Os efésios foram instruídos a se revestirem do novo homem que foi criado para santidade, deixando, portanto, uma série de obras pecaminosas (Ef 4.20-31);
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Os filipenses foram aconselhados a se tornarem irrepreensíveis, sinceros e imaculados (Fp 2.14,15);
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Os colossenses deveriam exterminar as inclinações carnais. E a lista não era pequena (Cl 3.5-10);
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Os tessalonicenses foram notificados de que deveriam cumprir a vontade de Deus: a santificação. Quem rejeitasse essa doutrina estava rejeitando o próprio Deus (1 Ts 4.1-8). A conduta deles não deveria ser desordenada, mas segundo a tradição de santidade que receberam (2 Ts 3.6,7);
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Timóteo foi instruído a seguir a caminhada cristã sem mácula e irrepreensível (1 Tm 6.13,14), afastando-se da injustiça (2 Tm 2.19);
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Tito recebeu uma verdadeira revelação: a de que a Graça de Deus se manifestou ensinando-nos que devemos renunciar à impiedade e às paixões mundanas, a fim de esperarmos o aparecimento da glória de Deus (Tt 2.11-13).
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Filemom deveria esquecer-se das mágoas passadas e Paulo sabia que ele obedeceria essa direção fazendo ainda mais do que era pedido (Fm 1.21);
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Os hebreus deviam deixar todo pecado e resisti-lo com todas as suas forças (até o sangue), afinal, sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb 12.1,4,14);
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Tiago mostra a necessidade de suportarmos as provações e diz que somos tentados segundo nossas próprias concupiscências. Sendo assim, precisamos ser vigilantes, caso contrário, essas cobiças inerentes de nossa natureza caída podem consumar o pecado, gerando morte (Tg 1.12-15);
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Pedro diz que os crentes não devem se conformar com as concupiscências da vida passada, mas que devemos ser santos em todo o nosso procedimento, pois quem nos chamou é Santo (1 Pe 1.13-16). Ele diz, ainda, que alguns irmãos não haviam buscado com diligência as virtudes do Espírito, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados (2 Pe 1.5-9);
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João disse que todos nós pecamos. Entretanto, isso não quer dizer que o pecado é habitual, mas acidental, pois aquele que é nascido de Deus não pode continuar pecando. Se pecarmos acidentalmente, temos um Advogado Fiel e Justo que nos perdoa e purifica dos pecados e de toda injustiça (1 Jo 1.9,10; 2.1; 3.1-9); Na segunda epístola, ele diz que quem vai além do ensino de Cristo não é de Deus. Originalmente ele se referia aos gnósticos. Mas a passagem pode abranger mais situações dos nossos dias. Se alguém vai além do ensino de santidade ao Senhor, induzindo a igreja ao pecado, obviamente o tal não é de Deus (2 Jo 9). Em sua terceira carta ele diz a Gaio que não imite as obras do mal, mas as de Deus, fazendo o bem (3 Jo 11);
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Judas lembra das palavras dos Apóstolos sobre os homens dos últimos tempos: escarnecedores, de ímpia concupiscência, que causam divisões, são sensuais e sem o Espírito. Mas os crentes deveriam se conservar no amor de Deus, confiando nAquele que é poderoso para guarda-los de tropeçar e para mantê-los imaculados e jubilosos (Jd 17-24);
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João disse em Apocalipse que ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras e todo o que ama e pratica a mentira (Ap 22.15).
Justificação pela fé
Prince confunde justificação com santificação. A justificação é um ato judicial de Deus e acontece instantaneamente e junto com a regeneração e a santificação inicial. O Dr. Orton Wiley definiu a justificação como um ato “declarativo de Deus pelo qual considera os que, com fé, aceitam a oferta propiciatória de Jesus Cristo, como absolvidos dos pecados, libertados da pena e aceitos como justos diante de Deus”vi. Em contrapartida, Prince entende equivocadamente que os pregadores ortodoxos ensinam uma justificação pelas obras:
“(…) dizem que Deus dá a você a dádiva da justiça, sob a condição de que você guarde os Dez Mandamentos pelo resto de sua vida, para manter a justiça. Agora, isso é mesmo um presente? Ora, vamos – quando Deus deu a você a dádiva da justiça, foi um presente real. Pare de tentar alcançá-lo com suas próprias obras. Os presentes de Deus para nós são incondicionais!”vii
A regeneração, a justificação e a santificação inicial são o ponto de partida e não a linha de chegada. Mas a confusão de Prince sobre esse assunto é grave, pois jamais veremos um pregador ortodoxo ensinando que nossa obediência nos trará justificação, pois somos justificados pela fé através do sacrifício de Cristo (Rm 5.1,8,9).
Embora nossas obras não sejam suficientes para satisfazer a ira de Deus e nos justificar do pecado, isso não quer dizer que não tenhamos que produzi-las. Vejamos o que diz o texto clássico sobre salvação pela graça:
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8-10 – grifos meus).
Embora nossa salvação não seja pelas nossas obras, Deus nos preparou de antemão para que andemos em boas obras, afinal, a fé sem obras é morta e não excede à fé dos demônios (Tg 2.14-20). Obras não salvam, mas todo salvo deve produzir obras.
A justificação na visão de Prince
O ensino de Prince sobre a justificação é perigoso, pois gera uma falsa expectativa nas pessoas acerca da salvação e necessidade de santificação. Vejamos o que ele pensa:
“Meu amigo, a justiça é um dom por causa do que Jesus conquistou na cruz para você. Todos os nossos pecados – passados, presentes e futuros – foram lavados por Seu precioso sangue. Você está completamente perdoado, e a partir do momento em que recebeu Jesus em sua vida, nunca mais será aprisionado (responsabilizado) por seus pecados novamente.”viii
Analisemos duas passagens a seguir:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt 7.21-23 – grifos meus).
“Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação (…) Porque Deus não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem rejeita isso não rejeita ao homem, mas sim a Deus, que vos dá o seu Espírito Santo.” (1 Ts 4.3,7,8 – grifos meus).
Aqueles falsos profetas não faziam a vontade do Senhor e são apontados por praticarem continuamente atos iníquos. Uma das vontades de Deus para o homem é que nos aperfeiçoemos na santificação. Todo o que tem esperança em Cristo “purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro. Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia (…) Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus” (1 Jo 3.3,4,9).
“Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.” (2 Co 7.1)
“… onde o pecado abundou, superabundou a graça (…) Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Rm 5.20; 6.1,2).
“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
Se não há mais responsabilidade por nossos pecados, por que nos preocuparmos com uma vida santa e piedosa? Que propósito há na santificação?
A justiça e a imutabilidade de Deus
Prince ensina que, “aqueles que acreditam que Deus algumas vezes fica zangado com eles ainda estão vivendo sob a antiga aliança da lei, e não sob a nova aliança da graça”ix. Dando sequencia nesse pensamento ele diz que “o ensino esquizofrênico que diz que Deus algumas vezes está zangado e outras está feliz com você de acordo com o seu desempenho, não é um ensinamento bíblico e fará de você um crente esquizofrênico”x. Com um conceito equivocado da Graça, ele acaba distorcendo também a Justiça de Deus e diz que nunca encontraremos “um exemplo de Deus punindo um crente por seus pecados na nova aliança”xi.
O equívoco teontológico de Prince sobre a Graça transforma a Deus em um ser bobo, que não liga para o que fazemos e que não nos responsabiliza por nossos atos, que passa a mão em nossas cabeças e não nos chama ao arrependimento. O Espírito Santo se torna alguém inútil no convencimento do pecado, pois se erramos, podemos manter nossa “paz psicológica” com Deus.
Dizer que Deus não nos responsabiliza pelo pecado é dizer que Ele é indiferente com nossa santificação. Sabemos que pelo ato gracioso de Deus em Cristo, “onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5.20). Mas, “que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum” (Rm 6.1,2).
Devemos resistir ao pecado até o sangue (Hb 12.4), mas se pecarmos, podemos confessa-lo a Deus pois Ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar (1 Jo 1.9). Quando pecamos, somos contristados por Deus para o arrependimento (2 Co 7.8-10). É Ele quem nos conduz à confissão.
Dizer que Deus é indiferente com nosso pecado é uma tremenda heresia, caso contrário, por que nos conduziria ao arrependimento? É verdade que não somos destruídos por causa de Sua infinita misericórdia (Lm 3.22), mas também é verdade que Ele é tardio em irar-se (Êx 34.6; Ne 9.17; Sl 103.8-14). Joel declarou: “rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Jl 2.13).
Berkhof disse que a justiça de Deus
“se manifesta especialmente em dar a cada homem o que lhe é devido, em trata-lo de acordo com os seus merecimentos. A inerente retidão de Deus é naturalmente básica para a retidão que Ele revela no trato de Suas criaturas, mas é especialmente esta última, também denominada justiça de Deus, que requer especial consideração aqui. Os termos hebraicos para “justo” e “justiça” são tsaddik, tsedhek e tsedhakah, e os termos gregos correspondentes são dikaios e dikaiosyne, todos os quais contêm a ideia de conformidade a um padrão. Esta perfeição é repetidamente atribuída a Deus na Escritura, Ed 9.15; Ne 9.8; Sl 119.137; 145.17; Jr 12.1; Lm 1.18, Dn 9.14; Jo 17.25; 2 Tm 4.8; 1 Jo 2.29; 3.7; Ap 16.5”.xii
João disse essas verdades quando se referia à confissão dos nossos pecados: Ele é fiel e justo (1 Jo 1.9). Como Deus perdoará alguém que não se arrependeu? Antes, atuará com justiça. Lemos em Jo 1.14 que, “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade”.
Graça foi a maneira como Jesus agiu para com a mulher adúltera, perdoando-a de seus pecados. Verdade foi a forma como a abordou na sequencia: “vá e não peques mais” (Jo 8.11).
Se não há responsabilidade pelos nossos pecados futuros, por que “vá e não peques mais”? Onde abundou o pecado dela, superabundou a Graça de Cristo. Por que não continuar adulterando? Não haveria mais Graça abundante? De modo nenhum (Rm 6.1,2).
Deus não pune na Nova Aliança?
A figura teontológica de um Deus extremamente gracioso, que deixa os pecadores na impunidade é anti-bíblica. Jesus curou o paralítico que ficava próximo ao tanque de Betesda e depois lhe disse: “Olha, já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior.” (Jo 5.1-9,14).
Paulo disse que não podemos nos enganar, pois “Deus não se deixa escarnecer; tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).
Paulo disse aos romanos que eles deveriam se esforçar para ter paz com todos os homens e que não deviam buscar vingança, mas deixar todas as coisas no controle de Deus: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).
O autor da carta aos hebreus disse que, “se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários.” Em seguida, ele lembra que, se pela Lei a pessoa morria “sem misericórdia, pela palavra de duas ou três testemunhas”, com maior castigo “será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do pacto, com que foi santificado, e ultrajar ao Espírito da graça”. Ele relembra que a vingança é do Senhor e conclui esse tema dizendo que “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.26-31).
Jesus disse à igreja em Laodicéia: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te.” (Ap 3.19).
Em Corinto havia crentes com a condição espiritual muito debilitada por participarem da Ceia do Senhor indignamente, por isso Paulo os alertou: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem.” (1 Co 11.28-30).
Ananias fazia parte da igreja Primitiva, mas tentou enganar o Espírito Santo. Pedro lhe repreendeu por tal pecado, mas ele não se arrependeu e por isso, “Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E grande temor veio sobre todos os que souberam disto”. Semelhantemente, sua esposa foi chamada ao arrependimento. Como não houve mudança, “Imediatamente ela caiu aos pés dele e expirou. E entrando os moços, acharam-na morta e, levando-a para fora, sepultaram-na ao lado do marido.” (At 5.5,10).
O autor da carta aos hebreus pergunta se eles já haviam se esquecido “da exortação que vos admoesta como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido; pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho. É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?” (Hb 12.5-7).
A Imutabilidade de Deus
Esse equívoco teontológico leva a mais uma deturpação dos atributos divinos: Sua imutabilidade. É como se houvessem dois deuses: um do Antigo Testamento e um do Novo Testamento. Com isso, ele resgata uma heresia antiga: o marcionismoxiii.
Sobre esse importante atributo, Deus disse através do profeta Malaquias: “Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.” (Ml 3.6).
O autor da carta aos hebreus reforça: “assim que, querendo Deus mostrar mais abundantemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu conselho, se interpôs com juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta” (Hb 6.17,18).
Tiago conclui: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” (Tg 1.17).
Seria Deus justo na Antiga Aliança e indiferente na Nova?
Paulo e a confissão de pecados
Na visão de Prince, devemos descartar muita coisa da Bíblia, pois boa parte dos ensinos de Jesus eram legalistas e o ensino de Pedro, Tiago e João também. Desta forma, as cartas de Paulo seriam mais apropriadas:
“Nem tudo que Jesus disse foi falado para a igreja. As cartas de Paulo foram escritas para a igreja e, portanto, para nosso benefício hoje. Deus o levantou para escrever as palavras do Jesus que ascendeu aos céus (…) Segui ao pé da letra o texto de I João 1:9, e isso quase me deixou louco. Mas o que I João 1:9 realmente diz, e para quem ele realmente foi escrito? (…) As pessoas têm tomado esse versículo e construído toda uma doutrina ao redor dele, quando na verdade o capítulo 1 de I João foi escrito para os gnósticos, que eram incrédulos (…) Não podemos construir uma doutrina sobre um versículo isolado. Se a confissão de pecados é vital para o seu perdão, então o apóstolo Paulo, que escreveu dois terços do Novo Testamento, fez uma grande injustiça conosco, porque ele não mencionou isso nem sequer uma vez – nenhuma vez – em qualquer de suas cartas à igreja.”xiv
A Bíblia possui unidade doutrinária. Não podemos escolher os textos que preferimos e excluir os que preterimos. Desta forma basearemos nossos ensinos em textos isolados e correremos o risco de propagar aberrações doutrinárias, como é o caso de Prince.
O pregador cingapuriano disse que os escritos de Paulo são mais apropriados à Igreja. Porém, o próprio Apóstolo dos gentios disse que “toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra” (2 Tm 3.16). Portanto, sustentar uma doutrina como essa baseado unicamente nos textos do Apóstolo Paulo é abusar da hermenêutica.
Tudo bem, não devemos mais pedir perdão pelos nossos pecados cometidos após a nossa conversão, aliás, nem temos mais responsabilidade sobre tais. Se algum crente cometer adultério conscientemente (não hipervalorizando esse pecado em detrimento de outros) não precisaria se preocupar, pois não tem responsabilidade sobre seus pecados? A necessidade de se arrepender, confessar ao Senhor e deixar essa prática foi só para Davi que estava sujeito à Antiga Aliança?
Sendo assim, o que faremos com 1 Jo 1.9? Bem, a resposta de Prince para essa pergunta é fácil: não foi um texto escrito para a Igreja, pois o primeiro capítulo (segundo ele) foi escrito para os gnósticos. Já do capítulo 2 em diante (ainda segundo ele), foi escrito para a igreja.xv
O que não compreendo é como 1 Jo 2.1 não se enquadra na categoria de confissão de pecados, uma vez que para sermos absolvidos de um delito pelo Justo Juiz, precisamos de uma boa defesa de nosso Advogado. Para que um advogado (secular) monte sua defesa precisamos falar com ele sobre nossa causa. Logo, confessamos nossas dívidas e delitos e somos mediados pelo Advogado Fiel, obtendo perdão de nossas dívidas assim como temos perdoado nossos devedores (cf Mt 6.12).
Palavra de Deus ou Palavra de Cristo?
Exagerando no antagonismo Lei x Graça, Prince acaba fazendo mais uma confusão sobre a pregação da Palavra de Deus. Segundo ele, há duas Palavras dentro da Bíblia:
“Observe que a fé não vem pelo simples ouvir a palavra de Deus, porque a palavra de Deus abrange tudo na Bíblia, incluindo a lei de Moisés. Não há liberação de fé quando você ouve os Dez Mandamentos sendo pregados. A fé só vem pelo ouvir a palavra de Cristo.”xvi
Jesus disse aos fariseus que as Escrituras (Antigo Testamento) deveriam ser analisadas, pois nelas, eles encontrariam referências messiânicas: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim” (Jo 5.39 – grifos nossos).
Corroborando com este pensamento, Jesus disse sobre uma passagem que testificava acerca de Seu messianismo: “Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos?” (Mt 21.42 – grifos nossos).
Filipe apresentou Jesus ao eunuco de Candace através de um trecho das Escrituras veterotestamentárias: “Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como a ovelha ao matadouro, e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim ele não abre a sua boca (…) Então Filipe tomou a palavra e, começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus.” (At 8.32,35).
Pedro fez uma citação da Lei ao povo que viu o um homem que era paralítico de nascença ser curado: “Moisés disse: Suscitar-vos-á o Senhor vosso Deus, dentre vossos irmãos, um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda alma que não ouvir a esse profeta, será exterminada dentre o povo.” E ainda conclui sua pregação mostrando que Cristo havia sido anunciado por Samuel e pelos demais profetas: “E todos os profetas, desde Samuel e os que sucederam, quantos falaram, também anunciaram estes dias” (At 3.22-24). Em torno de cinco mil almas foram os que creram nessa mensagem (At 4.4).
Estaria Paulo equivocado quando disse que “toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra”? (2 Tm 3.16 – grifos nossos).
Considerações Finais
Há alguns meses, uma irmã que congrega na mesma igreja que eu me procurou pedindo minha opinião sobre o livro “Destinados a Reinar”. Disse que pesquisaria, pois não conhecia nem o título nem o autor. Para minha surpresa, não achei muita informação nos sites brasileiros, até porque o material é relativamente novo em território tupiniquim. Numa pesquisa mais refinada pelos centros de apologética norte-americanos, encontrei algumas informações que me deixaram perplexo.
Fiquei ainda mais estarrecido quando ouvi algumas pessoas que moram na mesma cidade que eu ensinando assuntos completamente deturpados sobre a Graça de Deus. Quando fiquei sabendo que esses ensinos estavam baseados neste livro, resolvi adquiri-lo, a fim de buscar minhas próprias conclusões.
Quando finalizei a leitura, confesso que minha primeira impressão foi a mesma que teve Charles Spurgeon: “A apatia está por toda parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que está sendo pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é um sermão, não importa o assunto; só que, quanto mais curto, melhor.”xvii Nesse caso, quanto mais “graça” melhor.
Que o povo de Deus possa buscar o genuíno entendimento da Palavra de Deus, pois “se introduziram furtivamente certos homens (…) ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Jd 4).
Notas
1 – O Sikhismo foi uma religião monoteísta – com elementos sincréticos do islamismo e do hinduísmo – fundada no final do século XV na região da Índia por um homem chamado Guru Nanak.
2 – PRINCE, Joseph. Destinados a Reinar. Bello Publicações, 2012, p. 9.
3 – Ibid, p. 39. Na versão em inglês, a expressão usada é “responsabilizado” enquanto na tradução para o português amenizaram o contexto substituindo a expressão pelo termo “aprisionado” (cf Destined to Reign, Harrison House, 2010, pp. 28,29).
4 – Ibid, p. 18 (negrito do autor).
5 – Ibid, p. 37.
6 – WILEY, Orton H.; CULBERTSON, Paul T. Introdução à teologia cristã. Casa Nazarena de publicações, 2009, p. 288.
7 – PRINCE, Joseph. Op. Cit. p. 38.
8 – Ibid, p. 39.
9 – Ibid, p. 46.
10 – Ibid, p. 55.
11 – Ibid, p. 64.
12 – BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Cultura Cristã, 2012, p.72.
13 – Marcionismo é o nome que levou o conjunto de heresias de Marcião de Sinope em meados do século II. Coincidentemente, Marcião ensinava que os livros do Antigo Testamento estavam ultrapassados e rejeitava-os, usando seu próprio compêndio de livros sacros, os quais compreendiam o Evangelho de Lucas e as cartas de Paulo, exceto as pastorais. Ele propagava uma contradição de dois deuses: um Demiurgo inferior que criou o universo, o Deus do judaísmo (severo e manifesto na Lei) e um Deus supremo, cheio de graça e amor redentor, revelado em Cristo. (cf KELLY, J.N.D. Patrística. Vida Nova, 2009, p. 42).
14 – PRINCE, Joseph. Op. Cit. pp. 97-98, 108-110.
15 – Ibid, p. 111.
16 – Ibid, p. 81.
17 – SPURGEON, Charles. “Preface”, The Sword and the Trowel (1888, volume completo), p iii.
Autor: Pr. Vinicius Couto. Ministro da Igreja do Nazareno. Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Castelo Branco, Bacharel em Teologia pela FAETESF, pós graduado em História da Teologia e pós graduando em Ciências da Religião.